Prevenção do colo do útero: tecnologia científica a favor da mulher
Cuidar da saúde ginecológica é parte essencial da vida da mulher em todas as fases. Quando falamos de prevenção, o exame papanicolau sempre foi uma das ferramentas mais eficazes para detectar alterações no colo do útero antes mesmo do surgimento de sintomas.
Atualmente, o Brasil avançou no rastreamento do câncer de colo do útero com a adoção do exame de genotipagem por PCR, que identifica o papilomavírus humano (HPV) nas células do colo. O HPV, especialmente seus tipos de alto risco, está presente em cerca de 99% dos casos de câncer de colo do útero. Esse vírus também está relacionado a cânceres de orofaringe, pênis e ânus.
Qual a diferença entre o papanicolau e a genotipagem por PCR?
Ambos os exames são realizados com a coleta de células do colo do útero, feita durante a consulta ginecológica. O que muda é o objetivo de cada um:
- Papanicolau (colpocitologia oncótica): analisa as células coletadas para detectar alterações celulares que possam indicar lesões pré-cancerosas ou cancerígenas.
- Genotipagem por PCR para HPV: identifica a presença do vírus e qual o tipo de HPV está presente. Com esse dado, o médico pode traçar o acompanhamento ideal para cada caso.
Os dois exames são complementares e, em muitos casos, realizados juntos para ampliar a eficácia do rastreamento.
Para que serve cada exame?
Papanicolau:
- Detectar lesões causadas pelo HPV;
- Identificar alterações celulares precursoras do câncer de colo do útero;
- Acompanhar mulheres com histórico de lesões cervicais.
Exame de HPV por PCR:
- Diagnosticar precocemente a presença do vírus, mesmo antes de provocar alterações celulares;
- Identificar os tipos virais presentes e sua relação com o risco de evolução para câncer.
Quem deve fazer?
Ambos os exames são indicados para mulheres com vida sexual ativa, principalmente entre 25 e 64 anos, conforme recomendações do INCA e organizações como OMS, FEBRASGO e ACOG.
Mesmo mulheres sem sintomas devem realizar o exame. Menopausa, laqueadura ou relacionamento fixo não eliminam a necessidade de acompanhamento — salvo recomendação médica.
Com que frequência?
- Papanicolau: se dois exames consecutivos, com intervalo de um ano, forem normais, a frequência pode passar a ser trienal.
- Genotipagem por PCR (HPV): se o resultado for negativo, a testagem pode ser feita a cada cinco anos.
A consulta ginecológica, no entanto, deve ser anual, independentemente da frequência dos exames, para avaliar a saúde da mulher de forma integral.
Como os exames são feitos?
A coleta é realizada durante a consulta, com a mulher em posição ginecológica. O profissional insere um espéculo vaginal para visualizar o colo do útero e utiliza espátula e escovinha para coletar as células.
O procedimento é rápido e geralmente indolor, podendo causar apenas um leve incômodo. Se houver dor, é importante avisar o profissional.
Os exames doem?
Em geral, não. Algumas mulheres relatam um pequeno desconforto, principalmente na primeira vez ou em situações de tensão. Mas, com acolhimento e explicações durante o processo, a experiência tende a ser tranquila.
No consultório da Dra. Erika, cada etapa é conduzida com paciência, cuidado e escuta ativa, priorizando o bem-estar da paciente.
Por que muitas mulheres ainda evitam?
Diversos fatores contribuem para o afastamento das mulheres desses exames, como:
- Vergonha ou desconforto com a exposição do corpo;
- Medo do resultado;
- Falta de informação;
- Experiências negativas anteriores com profissionais;
- Sensação de que “está tudo bem, então não precisa examinar”.
Superar esses bloqueios é possível quando há um ambiente de acolhimento, onde a mulher se sente respeitada, escutada e segura.
O que significa um resultado alterado?
Nem todo resultado fora do padrão significa algo grave. Podem aparecer:
- Inflamações leves ou infecções transitórias;
- HPV de baixo risco, que pode regredir espontaneamente;
- Lesões de baixo grau, que exigem apenas acompanhamento;
- Lesões de alto grau, que exigem tratamento rápido e direcionado.
A chave está em seguir as recomendações médicas e não ignorar o retorno.
Posso fazer o exame em qualquer fase do ciclo?
O ideal é realizar o exame entre o 10º e o 20º dia do ciclo menstrual, evitando relações sexuais, uso de cremes vaginais ou duchas internas nos dois dias anteriores à consulta. Isso melhora a qualidade da amostra coletada.
Perguntas frequentes
Papanicolau e teste de HPV substituem a consulta ginecológica?
Não. Os exames fazem parte da avaliação ginecológica, mas a consulta envolve outros aspectos importantes como contracepção, menopausa, vacinas e escuta clínica.
É normal sair um pouco de sangue após o exame?
Sim. Pode haver um pequeno sangramento ou corrimento rosado, geralmente leve e passageiro. Sangramento intenso ou dor devem ser comunicados ao profissional.
Na menopausa, ainda é necessário fazer esses exames?
Sim. A recomendação é manter o acompanhamento até, no mínimo, os 64 anos, e em alguns casos, por mais tempo, conforme avaliação médica.
Prevenir é um cuidado com você mesma
Realizar o papanicolau e a genotipagem por HPV com regularidade é um gesto de amor próprio. Mais do que um protocolo de saúde, é um ato de respeito ao seu corpo, sua história e seu futuro.
No consultório da Dra. Erika, o cuidado é completo: técnico, humano e centrado na mulher. Com leveza, informação e zero traumas.
A prevenção salva vidas. E ela começa com um simples agendamento.